‘Conservadorismo pode gerar estabilidade para uns, mas sofrimento para outros’, diz psicóloga sobre saúde mental de jovens
- podpararesamc
- 10 de abr.
- 1 min de leitura
Atualizado: 26 de mai.
Especialista analisa como a força de valores tradicionais pode afetar o bem-estar emocional de jovens, gerando acolhimento para uns e sofrimento psíquico para outros.

O conservadorismo, ideologia que valoriza a tradição e a ordem social, pode ter efeitos distintos na saúde mental de jovens, dependendo do contexto em que é vivido. Quem explica é a psicóloga comportamental Renata Gallo, que estuda os impactos de estruturas sociais rígidas no bem-estar emocional da juventude.
“O conservadorismo é uma orientação ideológica e cultural que valoriza a tradição, valoriza a ordem social estabelecida — tanto as normas familiares como as normas morais mais rígidas — e tem uma certa resistência a mudanças rápidas da sociedade”, explica Renata.
De acordo com ela, essa ideologia pode aparecer tanto na política quanto nas relações sociais e no comportamento cotidiano. E seus efeitos variam conforme o ambiente e o perfil do jovem.
“Alguns jovens, especialmente os que se identificam com valores conservadores ou vivem em ambientes alinhados com essas ideias, podem ter uma sensação de segurança, pertencimento e estabilidade. Esse conservadorismo no ambiente familiar vai proporcionar isso para eles.”
Mas quando o jovem não se encaixa nesses padrões — seja por orientação sexual, visão de mundo ou identidade — os efeitos podem ser mais duros.
“Os jovens que não se encaixam nos padrões esperados, por exemplo, LGBTQIA+, jovens progressistas, por exemplo também, podem sofrer repressão. A rigidez de certos valores pode gerar muitos conflitos internos, baixa autoestima, ansiedade e até depressão.”
Renata também destaca que, em contextos conservadores, há pouca abertura para o diálogo e a diversidade.
“Geralmente, nesses contextos, a gente acaba tendo pouca abertura ao diálogo e à diversidade.”
Comments