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Torcida do Flamengo chama Luighi de ‘chorão’ após episódio de racismo

  • podpararesamc
  • 10 de abr.
  • 2 min de leitura

Atacante sofre provocações, reacendendo o debate sobre conservadorismo e saúde mental no futebol.

A final da Libertadores Sub-20 entre Flamengo e Palmeiras, disputada no último domingo (16) no Estádio Nacional de Lima, ficou marcada por um episódio que reacendeu o debate sobre saúde mental e conservadorismo no futebol. O atacante Luighi, de 18 anos, foi alvo de provocações da torcida rubro-negra, que o chamou de “chorão” durante a cobrança de pênaltis – referência direta à sua reação emocional após ser vítima de racismo em partida contra o Cerro Porteño, no Paraguai, semanas antes.

O caso ganhou ainda mais repercussão após as declarações do ex-jogador paraguaio Carlos Gamarra, ídolo do Corinthians e conhecido por posições conservadoras. Em entrevista à rádio Ñanduti, Gamarra minimizou o episódio de racismo: “Na nossa época, isso era normal. Os jogadores precisam ter mais caráter e não chorar por qualquer coisa”. As palavras do ex-atleta, que já havia sido técnico da seleção paraguaia, foram amplamente criticadas por especialistas em psicologia esportiva.

O conservadorismo no meio futebolístico, representado por falas como a de Gamarra, vem sendo apontado como um dos principais entraves para o avanço de políticas de proteção à saúde mental dos atletas. “Há uma cultura tóxica que associa demonstração de sentimentos a fraqueza, especialmente entre jogadores homens”, explica a psicóloga esportiva Dra. Ana Beatriz Costa. “Isso cria um ambiente onde jovens atletas se sentem pressionados a engolir situações de abuso psicológico e até mesmo discriminação racial.”

'Dados da FIFPro, sindicato internacional de jogadores, mostram que 72% dos atletas sub-20 já deixaram de relatar casos de assédio moral ou discriminação por medo de serem taxados como “fracos”. O estudo ainda aponta que jogadores que sofrem esse tipo de pressão têm três vezes mais chances de desenvolver crises de ansiedade e depressão no início da carreira.

No caso específico de Luighi, especialistas destacam a gravidade da situação: após ser vítima de racismo no Paraguai e ter sua reação emocional questionada, o jovem ainda precisou lidar com as provocações na final da competição continental. “É uma violência em dobro: primeiro o racismo, depois a culpabilização por ter reagido”, analisa o professor de sociologia do esporte da USP, Marcos Almeida.

O episódio gerou controvérsias nas redes sociais. Muitos internautas expressaram apoio a Luighi, criticando a postura da torcida do Flamengo e condenando a normalização do racismo e das provocações no futebol. “Essa pressão psicológica sobre um jovem é inaceitável. O que aconteceu com Luighi é mais um exemplo de como o futebol ainda precisa evoluir em termos de respeito e saúde mental”, escreveu um internauta. Outros, no entanto, defenderam a torcida, argumentando que as provocações faziam parte da rivalidade natural do esporte. “Faz parte do futebol, é algo que sempre acontece em jogos desse tipo”, comentou um internauta, minimizando a gravidade da situação.

A discussão também se estendeu ao tema do conservadorismo no futebol, especialmente em relação à maneira como questões de saúde mental e discriminação são tratadas no meio. A falta de apoio emocional para os jogadores, aliada à visão de que mostrar vulnerabilidade é um sinal de fraqueza, ainda persiste em muitas esferas do esporte.

 
 
 

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